NOTA HISTÓRICO-ARTÍSTICA

A igreja do Convento de Louriçal integra o complexo conventual do Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento, fundado em 1630 pela Madre Maria do Lado a seguir à profanação da Sagrada Eucaristia na Igreja de Santa Engrácia. D. Pedro II concede 6.000 cruzados para a obra, enviando ao Louriçal o Padre Francisco da Cruz e o arquitecto João Antunes, que fez a planta. Em 1734, o Irmão Manuel Pereira, da congregação dos Oratorianos, que dirigia a obra do aqueduto, é encarregue de riscar outra planta para a igreja, já que a igreja existente não era consentânea com a grandeza do convento. D. João V concedeu 45.000 cruzados para obras, com projecto de Carlos Mardel, e o novo templo foi inaugurado em 1739. As obras prolongaram-se de 1690 até 1708, estando concluídas graças ao empenho do então príncipe D. João V, que tomou a seu cargo o convento como forma de agradecimento pela cura de uma doença.

No espaço interior, com linhas curvas de paredes e alçados, e completamente revestido a azulejos barrocos figurados, azuis e brancos e de fabrico lisboeta (muito possivelmente, obra da oficina de Bartolomeu Antunes), com representações da vida de São Francisco, dos Passos da Paixão, os doze episódios da vida de Santa Clara e quatro cenas da vida da Virgem. A abóbada do coro-alto e da nave é coberta por frescos com motivos vegetalistas e concheados no coro-alto, com a cena da Adoração do Santíssimo Sacramento por santos franciscanos, na nave. Nas trompas do cruzeiro estão representados os quatro Evangelistas Dos bens contidos no interior do templo, destacam-se as esculturas e retábulos de mármore e lioz, da autoria de João António Bellini de Pádua, e a campa rasa da Madre Maria do Lado.

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