NOTA HISTÓRICO-ARTÍSTICA

Ocupando a área da primitiva alcáçova de Santarém, o Jardim das Portas do Sol resulta do projeto de João Fagundo da Silva (1882) e foi concluído em 1936. O banco aí existente (com assento retangular e espaldar escalonado) é um objeto de mobiliário urbano inserido em espaço público, com estrutura de pedra e betão revestida com azulejos a azul e branco com molduras vegetalistas de motivos acânticos em linguagem decorativa setecentista, produzidos pela Fábrica de Loiça de Sacavém no início da década de 30 do século XX. Possui unidade azulejar com marca de fabrico (Fábrica de Loiça de Sacavém) na face lateral do espaldar (N), e azulejo datado (1932) na face oposta (S), com a heráldica municipal e o topónimo inscrito (Santarém), encimado pela sigla C.I.T. correspondendo a Comissão de Iniciativa e Turismo. As Comissões de Iniciativa foram criadas pela Lei n.º 1152 de 23 de Abril de 1921, com o objetivo de promover o desenvolvimento das estâncias hidrológicas, praias, estâncias climatéricas, de altitude, de repouso, de recreio e de turismo. As funções que lhes foram cometidas consistiam no zelo da área turística, na elaboração de projetos de melhoramento, inventariação de vestígios históricos e cobrança da respetiva taxa turística. As Comissões de Iniciativa foram extintas em Dezembro de 1936 e em seu lugar foram criadas as Juntas de Turismo. Ao centro da decoração azulejar do espaldar, uma representação da tomada de Santarém aos mouros por D. Afonso Henriques (15 de Março de 1147). O tardoz do espaldar, sem revestimento azulejar, encontra-se pintado a branco.